terça-feira, 27 de julho de 2010

Christiane Torloni: mais uma perua em "Ti-Ti-Ti"


Com uma postura elegante e um jeito sofisticado, Christiane Torloni quase sempre é vista na pele de personagens de muita classe. No ar como a viúva rica Rebeca, de "Ti-Ti-Ti", a atriz acumula mais uma perua no currículo. "É difícil fazer uma personagem classificada como perua. As pessoas já montam uma Melissa. A Rebeca é diferente. É uma criatura que resolveu botar a vida para frente", explica, referindo-se à sua personagem anterior, da novela "Caminho das Índias". Na trama escrita por Maria Adelaide Amaral, Christiane interpreta uma mulher que abriu mão de suas atividades para se dedicar à família. Após a morte do marido, interpretado por Paulo Goulart, ela tem de assumir os negócios. "A Rebeca mostra que não precisa ter medo de entrar para o mercado de trabalho. Que é melhor trabalhar do que ficar em casa tomando toneladas de antidepressivos", analisa.

A atual personagem saiu da trama "Plumas e Paetês", de Cassiano Gabus Mendes, exibida entre 1980 e 1981. Para dar vida ao papel que já foi de Eva Wilma, Christiane não procurou assistir às cenas da primeira versão da novela. Isso porque, para a atriz, Rebeca é um tipo de mulher que não é preciso procurar muito para se achar no dia a dia. "Ela existe, mas talvez não chame tanto a atenção pela maneira como se apresenta perante a sociedade. Mas nem por isso é menos luminosa", destaca. O fato de já ter trabalhado em um folhetim do mesmo autor --em 1982 ela deu vida à espevitada Cláudia de "Elas por Elas"--, também foi de uma ajuda para se sentir mais à vontade com o papel. "As personagens do Cassiano são mulheres muito interessantes. Acredito que muitas pessoas vão se identificar com ela", torce.

Em "Caminho das Índias", você também interpretou uma perua rica como a Rebeca de "Ti-Ti-Ti". O que a nova personagem tem de diferente?
A Rebeca não tem o espírito da Melissa. Ela é mais centrada e discreta, chega a ser impossível levar algo da Melissa para ela. Costumo dizer que são personagens que poderiam até ser amigas, mas uma não usa o mesmo estilista da outra. A Rebeca é menos colorida.

Há muitos anos você dá vida a mulheres ricas e sofisticadas. Você sente falta de interpretar tipos diferentes?
Eu percebo que, ultimamente, minhas personagens tem tido essa característica, mas isso não me incomoda. Me sinto feliz com isso. A vida de ator é de fases. A da mocinha que chora já passou na minha carreira. É aí que essa profissão é muito generosa, se você tiver disciplina e perseverança.

A Rebeca é uma personagem de "Plumas e Paetês". Você chegou a assistir à primeira versão para compor o papel?
Não. A televisão não pode ficar na saudade. Saudade é "Vale a Pena Ver de Novo", o grande barato é a passagem de bastão. A Maria Adelaide está escrevendo uma mistura de tramas do Cassiano Gabus Mendes que tem tudo a ver e, ao mesmo tempo, nada a ver. Estamos fazendo uma novela dos anos 80 atualizada para o nosso tempo.

"Ti-Ti-Ti" fala sobre a indústria da moda. Como você lida com esse universo?
Não sou uma fashionista. Faço a minha moda, sou vintage. Nem todo mundo quer ser elegante, mas sou neta de uma senhora que não podia sair de casa com uma bolsa que não combinava com o sapato. Isso é um problema para mim, mas não posso ser fashion victim.

Fonte: UOL TV

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