terça-feira, 26 de outubro de 2010

As curiosidades da cidade cenográfica de "Araguaia"


A cenógrafa da Globo Juliana Carneiro levou apenas 45 dias para transformar um canteiro de obras no Projac na fictícia cidade de Girassol, onde se passa a novela "Araguaia", escrita por Walther Negrão. Erguido em uma área de 21 mil metros quadrados, o local possui casas de madeira, lojinha de artesanato, galinheiro, horta de verdade e até um pequeno cemitério que os seguranças que tomam conta das instalações juram ser mal-assombrado. "Um segurança disse que uma mulher de branco aparecia à noite e isso deixou alguns pedreiros assustados", conta, aos risos, Juliana, que nunca viu a tal assombração, apesar de circular constantemente pelo lugar.

Nas lápides de Fernando e Antônia Rangel estão as fotos de seus intérpretes: Edson Celulari e Regina Duarte. "A gente colocou para dar mais veracidade", explica a cenógrafa, acrescentando que as pedras são feitas de isopor e, depois de prontas, levam uma camada de resina para não se decompor com as chuvas.


Do lado do cemitério está a estância da Antoninha (Regina Duarte), o primeiro cenário, aliás, a ficar pronto. As colunas que sustentam a casa são feitas de madeira revestidas em PVC. "Depois, fazemos uma pintura envelhecida, que dá a cara que a gente quer", entrega. O sítio do padre fica logo ao lado e conta com um galinheiro e uma horta de verdade, com couve, salsinha e bertalha. "Quando plantei, achei que ia ter que ficar replantando de tempos em tempos, mas ela vingou", comemora.

Juliana, que também é arquiteta, reformou uma casa no Araguaia. O resultado ficou tão bom que ela recriou a residência para a novela - é onde funciona a operadora de turismo de Fred (Raphael Viana). Um rio "de mentirinha" corre nos fundos do local. A parede azul que completa o cenário serve de base para o efeito "chroma-key". Nela, é inserido o rio Araguaia por meio de computação gráfica. Na frente da operadora, ficam estacionados os quadriciclos e os cavalos.

Embora a fazenda do Max (Lima Duarte) fique bem longe do sítio do padre na novela, os dois cenários ficam lado a lado no Projac. Nessa hora, a mãe natureza deu uma ajudinha para a cenógrafa. "A gente não pôde tirar nem uma árvore. Só pude retirar os troncos mortos. Mas, por um lado, foi bom porque as árvores me ajudaram a defender o território. Na hora de gravar, elas funcionam como uma parede natural", analisa.

A casa de Max, em estilo colonial, é uma réplica da Fazenda Babilônia, que fica na cidade de Pirenópolis, em Goiás. "Eu recriei no Projac os fundos da fazenda, incluindo o bebedouro dos cavalos", lembra.  A cozinha da fazenda do vilão é um espetáculo à parte: nela estão tachos de cobre, barris de madeira e uma mesa maciça de 4,5 metros de comprimento. "O tampo da mesa é uma peça única. Pude fazer isso porque o Max não está nem um pouco preocupado com a derrubada das árvores. Definitivamente, ele não é ecologicamente correto", avalia.

No empório de Janaína (Suzana Pires), bambus e cestarias dão o tom. "Busquei o máximo de materiais rurais para compor este cenário", afirma. Na lateral da birosca, um grande jardim com mil girassóis falsos importados da China, colorem a paisagem. "Eles levaram dois meses para chegarem ao Brasil e formam o pano de fundo do empório", diz.

Bambus, madeiras e palafitas também integram o cenário da igreja. A cruz foi feita com um cipó encontrado no meio do mato, no Projac mesmo. "A estrutura de bambu dá um charme à ideia", conclui. 

Fonte: UOL TV

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