segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Murilo Benício comemora sucesso de Victor Valentim


Quando ainda era estudante de teatro, Murilo Benício já se divertia com as brigas dos estilistas rivais Jacques Leclair e Victor Valentim da primeira versão de "Ti-Ti-Ti", há 25 anos. Assim, quando foi convidado para dar vida ao personagem que foi interpretado por Luís Gustavo, sentiu-se como na época da primeira exibição. "Eu tinha uma relação muito afetiva com 'Ti-Ti-Ti'", conta, com um tom de voz baixo e um ar discreto. Bem diferente do espalhafatoso estilista espanhol que interpreta. Apesar da empolgação inicial com o trabalho, Murilo teve muitas expectativas com as prováveis comparações entre a obra de Cassiano Gabus Mendes e a atual, escrita por Maria Adelaide Amaral. "Pensei 'será que vão dizer que a outra era melhor?'. Não teve isso. Não se fala em melhor ou pior, mas em repetir o mesmo sucesso. Isso que é legal", avalia ele, escolhido Melhor Ator do ano pela eleição "Melhores de PopTevê 2010", realizada em parceria com o portal UOL.

Murilo aceitou o convite para protagonizar a novela das sete, mas voltar para comédia, não estava nos seus planos . "Queria dar um tempo disso. O sucesso tem um perigo muito grande. As pessoas pensam 'fez tão bem comédia, vamos dar só isso para ele'", explica. Quando Victor Valentim tiver aprontado todas para cima de Jacques Leclair e a novela terminar, em março, Murilo vai se afastar do gênero. Em junho, o ator vai voltar ao ar como o Tenente Wilson, na terceira temporada da série policial "Força Tarefa". "Acho importante investir nesse tipo de produção que requer mais trabalho e tempo para fazer. Novela gravamos até 30 cenas por dia. Na série, a gente faz cerca de duas cenas por dia. É quase cinema", destaca.

Nos anos 80, "Ti-Ti-Ti" fez muito sucesso. Isso deixou você receoso com a repercussão da nova versão?
Tinha muitas expectativas com o que as pessoas iam achar, porque, além do sucesso, o público ainda lembrava da primeira versão. Temi comparações, mas não teve isso. Não se fala em melhor ou pior, mas, sim, em repetir o mesmo sucesso. Isso que é legal, porque era um risco.

Você já tinha ressaltado que estava querendo dar um tempo de comédia. O que fez o convenceu a atuar em "Ti-Ti-Ti"?
Quando veio o convite, ele me remeteu a um sentimento que tive ao assistir essa novela, no chão da minha casa, ainda jovem e estudando teatro. Essa novela, especificamente, eu quis fazer, não escolhi comédia ou drama. E, por ser um papel que foi do Luiz Gustavo, que eu sempre achei um gênio. Quando o Jorge Fernando me falou, eu aceitei na hora.

Além da sua relação afetiva com a novela, o que mais chama a sua atenção no personagem?
Uma coisa boa do Victor Valentim é poder falar uma língua estrangeira sem a responsabilidade de estar certo. Dá para inventar mais, porque ninguém pode dizer se está certo ou errado. Na realidade, o certo é estar errado. No começo, a Maria Adelaide Amaral me disse que eu tinha de falar certo. Eu tentei e foi muito sofrido. Depois, ela viu que o meu errado são coisas pequenas como dizer "senorita" em vez de "señorita" e me deixou à vontade para brincar.

Como você fez para encontrar o tom do sotaque do Victor Valentim?
O Rodrigo Lopez é filho de espanhóis e foi alfabetizado em espanhol. Ele fala muito bem. A gente trabalhou juntos em cima da musicalidade da língua. Eu aprendi a música e não o idioma.

Fonte: UOL TV

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