terça-feira, 6 de setembro de 2011

Aguinaldo Silva revela o segredo de suas heroínas

No capítulo desta terça-feira (6) de “Fina Estampa”, começa a saga de Griselda (Lília Cabral) em busca da recuperação moral de seu filho Antenor (Caio Castro). Ela descobrirá que o estudante de medicina contratou uma atriz para fingir ser sua mãe e irá desmascará-lo perante toda a família de sua noiva. A sequência seguinte, em que Antenor sofre um acidente e em que Griselda se desespera, deve consolidar a cumplicidade dessa nova heroína de Aguinaldo Silva com o público. O autor, famoso também pelas polêmicas declarações, contou em entrevista que o que faz com que suas protagonistas despertem admiração do público é o fato de elas não serem guiadas por motivos fúteis.
Diferentemente dos que veem semelhanças entre Griselda e Dulce (Cássia Kis Magro, em “Morde & Assopra”), Silva diz que a personagem está mais para Raquel Accioli (Regina Duarte, em “Vale Tudo”) ou Maria do Carmo da Silva (Susana Vieira, em “Senhora do Destino”), ambas escritas por ele. “Eu gosto desse tipo de personagem. São mulheres batalhadoras, mães coragem, não umas patricinhas fúteis. Essas personagens são muito características em minhas novelas.”
A patricinha fútil em questão é uma referência à personagem de Paola Oliveira em “Insensato Coração”. A crítica aconteceu ao explicar o motivo pelo qual, há algum tempo, as vilãs acabam se sobressaindo nas novelas, enquanto as mocinhas despertam tédio e rejeição de grande parte do público.
 “Uma das características do herói é ter um objetivo a alcançar. Já a função do vilão é atrapalhar o cumprimento dessa meta. Quando você coloca uma mocinha sem objetivo, com uma profissão que ninguém entende direito o que é e que, pra piorar, casa voluntariamente com o vilão, ninguém torce por ela. Tem coisas que uma heroína não pode fazer nunca. Casar com o vilão por vontade própria é uma delas, por isso que a Norma [Glória Pires] roubou a cena da novela anterior. Ela tinha um objetivo a cumprir, que era vingar a injustiça sofrida.”
A protagonista de “Fina Estampa”, diz o autor, nasceu com o objetivo de sustentar aquela família abandonada pelo pai e, ainda, mostrar a Antenor “o que é a vida”. “Nesse ponto, ela e a Raquel de ‘Vale Tudo’ são muito parecidas. Elas são muito éticas e querem mostrar para os filhos que ser bem sucedido na vida implica também em ter valores morais fortes.” A mensagem, contudo, serve para todos os filhos que sentem vergonha de seus pais batalhadores e que sonham em alcançar seus objetivos de maneira corrupta, completa Silva.
“Griselda é uma personagem muito representativa. Existe uma quantidade enorme delas por aí, abandonadas pelos maridos e lutando como leoas para manter suas famílias. Isso e o fato de ela ser esperta, como também era a Maria do Carmo de ‘Senhora do Destino’, vai fazer com que Griselda nunca seja pega pela vilã, porque, não se enganem, Tereza Cristina vai ser uma vilã daquelas.”
Fonte: UOL TV

2 comentários:

  1. adorei as caracteristicas da griselda. parabéns ao autor

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  2. O que o Aguinaldo faz está em todos os manuais de roteiro. O problema é que a maioria dos novelistas nunca leu tais manuais... A mocinha deve sofrer muito, mas não pode ser passiva. Deve ser lutadora, guerreira, batalhadora, para que o público torça por ela. A maioria dos autores têm criado mocinhas tão apáticas e sem objetivos na trama que o público acha muito melhor torcer pela vilã, porque essa sim, tem objetivos. Norma por exemplo, deveria ser uma vilã, mas acabou conquistanto o público. Marina era uma patricinha rica e mimada que não tinha objetivo nenhum na trama, logo foi rejeitada pelo público...

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