sábado, 10 de setembro de 2011

O ator e o sucesso de Valéria Bandida


“Ai, como eu to bandidaaaaa!” virou o bordão da vez no Brasil. Quem assiste “Zorra Total” se diverte logo no início, quando Valéria e Janete dão show de simpatia, “riqueza” e "finesse" quando colocam o papo em dia. Mas, na vida real, quem dá show mesmo é Rodrigo Sant'Anna!

O Famosidades conversou com o ator que dá vida à travesti do momento da telinha brasileira, que teve um sucesso repentino há cerca de três meses – quando o quadro no programa humorístico da Rede Globo ganhou mais espaço na emissora.

Que Valéria Vasques nasceu no teatro pela imaginação pra lá de fértil de Rodrigo, isso todo o mundo já sabe. O Famosidades procurou saber quem foi, quem é e quem pretende ser Rodrigo Sant'Anna em sua vida pessoal e profissional. Adiantamos que a missão foi difícil.


Logo de cara, o Famosidades quis saber mais da história do ator, sem falar em Valéria Vasques. “Nasci no Morro dos Macacos. Com 18 anos fui para Bocaiúva, onde vivi até meus 24 anos... Minha carreira artística começou quando entrei na 'Turma do Didi', que me rendeu um convite para participar. Mas quando realmente começou nem eu consigo te responder isso... [risos]. Na verdade, eu sempre fui muito tímido, e o teatro me incentivou bastante...”, contou.

Mas Rodrigo não trabalhou só no teatro, não. O ator revelou que teve um trabalho que ele diz ser “insuportável”. “Fiquei trabalhando um ano em telemarketing. Mas, como eu sou super agitado, não consegui ficar mais tempo. Eu detesto esse trabalho. Não nasci pra ser cachorro preso na coleira”, brincou.

Questionado quem era o ser humano – sem maquiagem, salto alto e voz poderosa de Valéria, "A Bonita" - Rodrigo Sant'Anna respirou fundo, ficou um tempo pensativo, e falou com palavras rápidas: “Sou moreno, tenho 30 anos, 1,80 m. Agora eu estou com uma barriga saliente, mas é porque estou sem tempo de ir à academia. Humm, o que mais?! Ah, gosto de comer Stiksy [marca de um salgadinho] e sucrilhos com iogurte no café da manhã [risos]”.

Além de um excelente humorista – que está se destacando muito no programa global de sábado – o carioca da gema tem demonstrado uma capacidade grande de escrever. “Quando a gente é ator, você naturalmente é um observador. Tem umas figuras que você vai vendo, situações que você vivencia. Nem sei de onde a Valéria veio. Não foi ninguém que eu conheci algum dia... Ela foi montada a partir da minha observação do cotidiano”, explicou ele ao Famosidades.

E ele não para. Além da TV, Sant'Anna está presente também no teatro. O ator está estrelando um monólogo e há duas semanas reestreou a peça "Suburbanos", que tem o texto de sua autoria e participação de Thalita Carauta – a Janete do “Zorra”.


Sempre com a carreira voltada para o humor, Rodrigo garantiu que não foi uma escolha dele. Literalmente, o artista “deixou a vida o levar” para onde seria melhor. E ele se encaixou bem. “As escolhas da vida não são feitas 100% por você, né?! Sem dúvida, é algo que eu gosto de fazer. Tenho vontade de trabalhar como ator. Mas já me considero tão beneficiado no nosso país por conseguir seguir nessa carreira...”, avaliou.

Na época do humor “politicamente certo”, o humorista explicou que o que causa riso nem sempre é correto. “O humor nunca é correto. Sempre tem relação do desvio de uma coisa natural. Sempre tem excesso e foge dos padrões normais. Mas, isso é um cuidado de cada um dentro de suas características e maneiras de trabalhar o humor. É uma linha tênue: temos que trabalhar para que não exceda o limite”, ponderou.

Fazendo humor certo ou errado, o fato é que Rodrigo Sant'Anna se transformou em um fenômeno. Ele contou que até é chamado de Valéria Vasques na rua, mas admitiu que fica um tanto incomodado com a situação.

“[O assédio] é constrangedor, para falar a verdade. Eu gosto, nunca me incomodou, mas é que eu realmente sou tímido na minha vida. Quando me chamam de ‘Valéria’ ou ‘bandida’ acaba se tornando uma situação um pouca engraçada.”

E quem fala em sucesso, o humorista logo corrige: “Sucesso não é mérito de um único tópico”. O ator disse que quando se trabalha com o humor sempre há a visão do que o público está querendo. “Hoje a gente tem um momento de muitos transexuais. Tem a Lea T, que desfila... Na época em que o quadro foi lançado na TV, a Ariadna estava em alta por causa do ‘BBB’”, avaliou.

A atenção repentina que está recebendo da mídia e do público não faz – nem um pouco – que Rodrigo Sant'Anna “empine o nariz”, levante a cabeça... Nada disso. Na verdade, o ator quer ser ele mesmo sempre, independente do sucesso de qualquer personagem popular.

“Procuro encarar o sucesso repentino da maneira mais natural possível. Isso é reflexo de algo que foi construído muito gradativamente. É um momento. Tenho que aproveitar, porque quero me manter no mercado... Mas, esse ‘boom’ eu sei que não viverei novamente. Esse sucesso não faz parte da vida de ninguém”, contou ele ao Famosidades.

E o que Rodrigo pensa como será o seu futuro? “O que eu gosto? De não ter tempo de ir à academia, de comer Stiksy, de comer sucrilhos com iogurte pela manhã [risos]... São nessas pequenas coisas que eu me identifico. Vejo o Rodrigo. Senão, você vira fruto de algo que não é real. Mas faz parte. Passa", afirmou.

Fonte: Yahoo

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