Foi ao ar nesta segunda-feira (09), às 22h15,
o último capítulo de “Vidas em Jogo” na Record. A novela é a quarta de
Cristianne Fridman desde que chegou à emissora, há aproximadamente oito anos, e
a segunda totalmente solo.
“Vidas em Jogo” contou com 243 capítulos e é
a terceira novela mais longa da dramaturgia da emissora paulista. O folhetim
perde apenas para “Chamas da Vida”, que também é de autoria de Fridman, com 253
capítulos, e de “Ribeirão do Tempo”, de Marcílio Moraes, que se encerrou com
250. “Rebelde” e “Os Mutantes”, devido ao fato de terem se dividido por
temporadas, não se incluem nesta contagem – mas caso fossem, a primeira teria
ultrapassado os 280 e a segunda os 600 capítulos.
O pano de fundo da história de “Vidas em
Jogo” foi a reviravolta nas vidas de dez amigos que da noite para o dia se
tornaram donos de uma fortuna de R$ 10 milhões – e com direito a outros R$ 10
milhões caso cumprissem missões previamente determinadas. A ambição, os gastos
exagerados, as mudanças de comportamento e as tentativas de driblar uma vilã,
que almejava toda esta fortuna para garantir a sobrevivência de sua empresa e
do bem estar de suas filhas, foram algumas das histórias criadas por Cristianne
Fridman no decorrer destes últimos doze meses.
Apesar de contar com várias cenas de ação,
perseguição, mortes, explosões e sequestros, “Vidas em Jogo” também trabalhou
com vários outros temas e assuntos polêmicos. A AIDS, a forma de contágio, a
diferença desta com o vírus do HIV, por exemplo, foi uma história trabalhada
com os personagens Cleber (Sandro Rocha), Regina (Beth Goulart) e Andrea
(Simone Spoladore).
Os rumos de Wellington (Rick Tavares), um
jogador em ascensão e que caiu nas drogas pelo uso do crack, também foi
abordado. A discussão do preconceito com transexuais, na figura de Augusta
(Denise Del Vecchio); a traição em um casal (Severino, de Paulo César Grande, e
Divina, de Vanessa Gerbelli); um triângulo amoroso adolescente, com Daniel
(Guilherme Prates), Cacau (Marcela Barrozo) e Wellington (Rick Tavares) e a
inserção de jovens sem perspectiva ou em meio ao tráfico de drogas no futebol
(com Paulinho, de Sérgio Malheiros, e Sandro, de Breno Guedes) foram outros dos
assuntos que foram tratados neste tempo.
Cristianne Fridman teceu alguns comentários e
fez um balanço de “Vidas em Jogo”. Ela falou sobre a longa duração do folhetim,
os rumos dados a ela para os personagens e a repercussão negativa que isso
poderia causar.
A roteirista, entretanto, se esquivou sobre
um questionamento feito sobre o futuro de sua carreira profissional. Há fortes
rumores que indicam que “Vidas em Jogo” foi a última novela de Fridman na
Record e que o retorno da autora à Globo é iminente. O boato nunca foi
confirmado por ela – mas também jamais negado. Confira:
Como você
avalia "Vidas em Jogo" como um todo? Qual é o saldo após mais de um
ano de novela em produção e um ano no ar?
Gostaria que a novela tivesse um número menor
de capítulos porque não é fácil conduzir uma trama por 244 capítulos. No
entanto o saldo foi positivo, principalmente pelo retorno do público para com o
elenco.
Devido
ao longo tempo no ar, "Vidas em Jogo" pode dar espaço a todos os
atores em determinados momentos. Houve alguma surpresa com a atuação de algum
deles?
O elenco deu um show nesta novela! Sou muito
grata a todos eles.
Em
"Bicho do Mato" e em "Chamas da Vida", atores não tão
conhecidos foram projetados a papéis decisivos e o mesmo se repetiu em
"Vidas em Jogo", como Tati Zig, Adriano Petermann e Alexia Garcia. A
que se deve essa linha?
São atores que demonstraram talento para
crescer com os personagens na trama.
Algumas
mortes em "Vidas em Jogo" foram questionadas, como a de Sandro e
Firmina. No caso do Sandro, você não acredita que a morte dele fez como que as
pessoas deixassem de acreditar em uma vida correta após o tráfico? E no caso de
Firmina, a morte dela não desencoraja as pessoas mais pobres a contribuir com a
Justiça?
O Cleber morreu da forma mais trágica para o
personagem: um bandido, machista, sendo morto por um homossexual. A Firmina
morreu pela tentativa da Rita de se livrar de uma condenação. Acho que a sua
pergunta traduz uma certa patrulha do politicamente correto que ronda as
telenovelas. Na vida real um traficante pode não se regenerar e viver
honestamente, bem como uma testemunha pode ser assassinada.
Você
tem contrato com a Record até 2014. Existe algum projeto em mente para os
próximos dois anos e para após o término do contrato?
Meu contrato vence em 2014 e até lá estou à
disposição da Record.
Fonte: Na Telinha
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