sábado, 20 de outubro de 2012

Autor de ‘Avenida’ ousa e humaniza a vilã


Carmem Lúcia (Adriana Esteves) não morreu, não ficou louca e nem deu uma banana para o Divino. Provavelmente por isso, muita gente reclamou da ausência de uma reviravolta no capítulo final de 'Avenida Brasil'. Porém, o efeito surpresa foi justamente este: a redenção de Carminha.

De fato, tirando o desfecho da vilã e de Nina (Débora Falabella), que foi sensacional, o final deixou a desejar, ainda mais levando-se em consideração a qualidade ímpar apresentada pela trama desde o primeiro capítulo. O desenrolar do assassinato de Max (Marcello Novaes), por exemplo, foi tosco. Quase todos tiveram alguma participação no crime, mas quem acabou com a vida do pilantra foi Carminha, que se entregou e pagou pelo crime que cometeu. Neste caso, o inesperado seria mais interessante! Já Santiago (Juca de Oliveira) apareceu no meio da novela, virou vilão da noite pro dia e sumiu sem ter um destino definido. Ninguém sabe se ele morreu, fugiu, foi preso ou se ainda ronda a filha no lixão.

Furos e situações surreais à parte, que acontecem nas melhores novelas, João Emanuel Carneiro brilhou em 'Avenida' e conseguiu atingir seu objetivo: humanizar sua vilã e fazer o público questionar a índole da mocinha. Nina e Carminha trocaram de papel diversas vezes e deixaram os telespectadores divididos. E, sinceramente, o autor surpreendeu sim ao mostrar uma Carminha disposta a pagar pelos seus erros e comovida com o perdão das principais vítimas de suas armações.

O destaque do capítulo desta sexta-feira (19) não poderia ter sido outro: o emocionante acerto de contas entre a vilã e Rrrrrrrrita (e a atuação das excelentes atrizes!). Sem deixar sua vilania de lado, ao chamar Nina de traste e Lucinda (Vera Holtz) de velha, Carminha perdoou e foi perdoada. Foi comovente ver a alegria dela ao perceber, pela primeira vez, que Jorginho (Cauã Reymond) estava disposto a recebê-la como mãe. E, até mesmo, ao trocar um abraço sincero com sua maior rival.

É claro que todos sonhavam em ver a ex-esposa de Tufão (Murilo Benício) triunfante, como sempre, ou vibrando por ela mesma depois de mais uma golpe, com o famoso gritinho de guerra 'Carmiiinhaaa, Carmiiinhaaa', mas isso seria muito óbvio e bem menos desafiante do que fazer o público chorar com uma antagonista. Neste ponto, o mérito não é apenas do novelista. Adriana Esteves se superou ainda mais nas cenas finais de sua personagem e deu sua última e inesquecível contribuição para eternizar a vilã que todo o Brasil amou odiar.

Fonte: Yahoo

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