Criticar a atuação do trio Robert Pattinson,
Kristen Stewart e Taylor Lautner ficou tão clichê que deixaremos isso a cargo
dos jurados do "Framboesa de Ouro" , que premia os piores do cinema
todo ano. Até porque não é a má atuação dos atores queridinhos dos adolescentes
que se destaca em "Amanhecer - Parte 2", o quinto e último filme da
saga "Crepúsculo", que estreia hoje (15) nos cinemas de todo o país.
"Amanhecer: o final" deixa ainda
mais claro o que a saga tenta mostrar desde seu início, em 2008: que as
produções são feitas quase que exclusivamente para quem leu os best sellers de
Stephenie Meyer. Não é difícil, por exemplo, sair de uma sala de cinema após uma
estreia e ver mulheres respondendo perguntas dos namorados que foram
acompanhá-las: "Mas por que o vampiro brilha?", "Por que os
lobos vivem sem camisa?", "Quem são os Volturi?", entre outras
questões. As respostas estão todas nos livros, mesmo que as teorias da autora
sejam um pouco diferentes das que nos acostumamos a ver em outras histórias.
No novo filme, Bella, recém-transformada em
vampira, tem que aprender a lidar com a nova vida, ao mesmo tempo que se depara
com a ameaça dos Volturi, clã italiano que rege a lei no mundo dos
sanguessugas. Com os outros membros da família Cullen, a personagem procura
aliados para mostrar aos poderosos que sua filha com Edward não é uma criança
imortal. Toda a trama, aliás, gira em torno de Renesmee, vivida pela pequena
Mackenzie Foy, de 12 anos, que no filme é metade vampira, metade humana.
O começo de "Amanhecer - Parte 2"
deixa a desejar. Tem Bella caçando pela primeira vez, a aparição de Renesmee
ainda bebê (lembre-se que a criança cresce de forma acelerada) e uma cena de
sexo bem light entre o casal principal. Dá até vontade de chamar a produção de
"True Blood" ou até mesmo de "Vampire Diaries" para dar uma
emoção a mais. Conforme o filme se desenvolve, porém, é impossível não creditar
o trabalho da roteirista Melissa Rosenberg, que escreveu os cinco filmes da
saga. Ela, talvez, seja a que tenha mais evoluído: conseguiu partir de um
"Crepúsculo" tão romântico que deixava espectadores enjoados e chegar
em um "Amanhecer - Parte 2" que não só parecia ter diálogos mais
redondos, como também ganhou pitadas de comédia essenciais para que a história
não fosse um eterno drama. Melissa, com a ajuda do produtor Wyck Godfrey,
transformou partes desinteressantes do livro em histórias incríveis na
adaptação para o cinema, como por exemplo a introdução dos diversos clãs que
ajudam os Cullen na batalha final.
Na luta contra a o exército dos Volturi, há
surpresas que vão deixar os fãs extremamente tensos. As cenas na campina
coberta de gelo são dignas de filmes de ação. O problema está apenas na
velocidade que a batalha acontece. Por vezes, é impossível perceber qual dos
lobos, ou qual dos vampiros, está em luta. Os efeitos especiais, porém, ficaram
menos artificais no novo filme.
Quem é fã de Jacob também vai se surpreender.
O personagem pode ter até roubado a cena em “Lua Nova” e “Eclipse”, mas se
encaixou de forma interessante nesse filme: após ter um “imprint” pela filha de
Bella, fica mais bem humorado, maduro e, principalmente, não tira mais a camisa
de forma desenecessária. O romance de Edward e Bella também mudou. Aquela
promessa de amor 'para sempre' continua, mas amadureceu bastante. As frases de
efeito como “Você é minha vida agora”, “O leão se apaixonou pelo cordeiro”,
entre outras, saem de cena e dão lugar a um amor de gente crescida.
O mais surpreendente mesmo é o final – e por
vários motivos. Com a combinação de uma história existente desde o primeiro
filme e uma 2ª versão da música "A Thousand Years", da novata
revelação Christina Perri, a cena que fecha a saga promete mais - muito mais! -
do que aquelas lágrimas que os fãs deixaram na estreia da 1ª parte de
"Amanhecer".
A saga "Crepúsculo" se despede, mas
outros possíveis fenômenos do cinema estão por vir. “A Hospedeira”, “Cidade dos
Ossos” e “50 Tons de Cinza”, assim como “Jogos Vorazes”, podem – e vão! –
ganhar o coração da molecada que só quer mesmo ser fã de alguma coisa.
Fonte: Yahoo
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