quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Os personagens que ressurgem em outras novelas


Os mais atentos e detalhistas – como o @davidlobao – já haviam notado. Mas teria passado despercebido aos demais não fosse uma entrevista da atriz Neuza Borges ao jornal Agora nesta terça-feira (13/11): sua personagem na novela Salve Jorge – a fofoqueira Diva – é a mesma de outra trama de Glória Perez: América, de 2005.

A caracterização é igual, com a mesma peruca. Veja a descrição da Diva de América:

“Mulher fofoqueira que se ocupa de vigiar a vida dos vizinhos. É mãe de Feitosa (Aílton Graça) e vive se metendo na vida do filho, principalmente no que diz respeito às relações amorosas.”

E a descrição da Diva de Salve Jorge:

“Mulher de Clóvis (Walter Breda), toca com ele um bar. Ciumenta e mandona. Abelhuda, vive se metendo em confusão com os vizinhos.”

Detalhe: Walter Breda – que vive Clóvis, marido da Diva de Salve Jorge – também havia atuado em América, como Seu Gomes, vizinho de Diva. O filho de Seu Gomes era Farinha (Mussunzinho). E Mussunzinho está agora em Salve Jorge, desta vez vivendo o neto de Walter Breda, agora casado com Diva, logo, ela, a avó de Mussunzinho.


Relembre outros casos de mesmo personagem em mais de uma novela

Esta não é a primeira vez que um mesmo personagem aparece em mais de uma novela. O caso mais célebre foi o de Dona Armênia e seus “três filhinhas” (Aracy Balabanian, Marcello Novaes, Gerson Brenner e Jandir Ferrari), que surgiram em Rainha da Sucata (1990), de Silvio de Abreu, e retornaram na novela seguinte do autor, Deus Nos Acuda (1992-1993).

Jamanta não morreu! - Silvio de Abreu promoveu outro retorno que ficou famoso: o abobalhado Jamanta (Cacá Carvalho) de Torre de Babel (1998) voltou à cena em Belíssima (2005-2006). O próprio Silvio, quando era ator, viveu um mesmo personagem em duas novelas de Walter Negrão: ele foi o Subdelegado Damasceno em A Próxima Atração (1971-1972) e Editora Mayo, Bom Dia (1971).

Walter Negrão voltaria a usar o recurso com o personagem Manjubinha, um simplório pescador, vivido pelo ator Paco Sanches, que apareceu em duas novelas do autor: Tropicaliente (1994) e Como uma Onda (2004-2005).

Existem também aqueles casos em que os personagens voltam apenas para uma participação especial em outra novela. Mary Montilla, personagem de Carmem Verônica em Belíssima (2005-2006), de Silvio de Abreu, fez uma rápida aparição em Paraíso Tropical (2007), de Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

Lima Duarte viveu Murilo Pontes em Pedra Sobre Pedra (1992), de Aguinaldo Silva, e surgiu rapidamente, com o mesmo personagem, em A Indomada (1998), do mesmo autor. Também de Aguinaldo, vimos o Senador Victório Vianna (Lima Duarte) aparecer em Porto dos Milagres (2001) e Senhora do Destino (2004-2005), e o Deputado Pitágoras em A Indomada e Porto dos Milagres.

Lauro César Muniz trouxe de volta a personagem Anabela Freire – Ney Latorraca em Um Sonho a Mais (1985) – para participar na novela Zazá (1997). O personagem de Ney em Zazá se traveste de Anabela, fazendo o ator reviver sua antiga personagem.

Também a atriz Néa Simões, que apareceu em um capítulo da novela Nino, o Italianinho (1969-1970) vivendo a mesma personagem que havia feito na novela anterior de Geraldo Vietri, Antônio Maria (1968-1969).

Como dá para perceber, esta é uma prática comum e antiga em nossa Teledramaturgia. Nem vou citar os exemplos dentro do remake de Ti-ti-ti (2010), em que a autora Maria Adelaide Amaral promoveu o retorno de vários personagens de sucesso de antigas novelas de Cassiano Gabus Mendes.

A própria Glória Perez já havia trazido antigos personagens em novas tramas, apenas para participações. A espalhafatosa Sulamita – Marilu Bueno em Partido Alto (1984) – reapareceu em Barriga de Aluguel (1990-1991). E a dupla de médicos Dr. Molina e Miss Penélope Brown – Mário Lago e Beatriz Segall em Barriga de Aluguel – voltavam à televisão para discutir clonagem humana em O Clone (2001-2002).

Fonte: Maurício Stycer, do UOL

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