Ela já foi protagonista nos tempos áureos de
“Malhação”, premiada como melhor atriz no cinema, ninfeta/periguete no horário
nobre da Globo e uma vilã de arrepiar no SBT. Está bom para você? Para Ludmila
Dayer não. Sonhando com a carreira internacional, a atriz teve a coragem de
jogar tudo para o alto e se mudar para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde
batalha, desde 2006, por um lugar ao sol. “Foi a melhor decisão. Se eu fosse me
apegar ao assédio ou a fama, nunca teria deixado o Brasil”, justifica a
intérprete da inesquecível Joana de “Malhação” (atualmente no ar no canal
Viva).
Por lá, Ludmila ganha a vida fazendo filmes e
comerciais, mas conta que já teve que cortar um dobrado para se firmar na
profissão. “Já tive que provar, numa conversa ou com a minha atitude, como a
mulher brasileira é muito mais que beleza e bunda, como nós somos inteligentes
e batalhadoras”, explica a atriz, que, aos 29 anos, começa, enfim, a colher os
louros de tanto investimento: ela se prepara para rodar (com um papel de
destaque) o longa-metragem “The Redeemer” ( “O Redentor”), em New Orleans, e
comemora a nova fase: “É muito mais saboroso porque é difícil”.
Com casa, carro e diversos cursos na terra do
Tio Sam, Ludmila tem como única companhia uma cadela da raça chihuahua.
Solteira, ela diz que já consegue controlar a saudade do Brasil, para onde vem
duas vezes ao ano, mas sem planos de voltar de vez. “O que mais sinto saudade é
da minha mãe, que mora no Rio. Nos falamos dez vezes por dia. Se eu estou aqui
vencendo, devo isso a ela, que sempre me deu coragem e acreditou em mim”.
Quanto aos planos de voltar a fazer novelas
no Brasil, ela diz que ainda não pensa no assunto. “Fui muito feliz na Globo, e
sou orgulhosa da minha carreira num geral. Na televisão ou no cinema onde
comecei, eu me realizei. Olho para trás e vejo o que enfrentei e o que construí
e tenho orgulho de mim. Nunca baixei a cabeça para dificuldade, e mantinha
sempre a fé de que tudo era passageiro. Nunca tive família ou namorado rico que
me bancasse. Tive que trabalhar duro para construir uma vida aqui”.
Em sua última aparição em terras tupiniquins,
Ludmila atraiu a atenção ao ser apontada como pivô da briga entre o ator Thiago
Rodrigues e sua esposa Cristiane Dias, num camarote do carnaval no Rio. Na
época, ela chegou a negar, mas hoje prefere esquecer o episódio, se limitando
apenas explicar como chegou ao corpão que exibiu (e surpreendeu) durante a
marcante passagem.
“Acho engraçado como as pessoas se chocam
quando veem que eu mudei. Elas ainda esperam ver aquela menina de 15 anos
atrás. Estou mais forte. Cuido muito mais da minha alimentação. Não sou mais
aquela magrinha que come tudo que vê pela frente.Tenho um corpo de uma mulher
de quase 30”, explica ela, para em seguida justificar que se sente satisfeita
com o novo físico.
“Eu gosto mais de mim agora, me sinto mais
mulher e também mais segura. Me tornei muito introspectiva desde que vim pra
cá. Se eu não posso estar com alguém, não me sinto mais sozinha como antes. Eu
me curto”, admite.
Quando não está gravando, estudando ou
ensaiando, Ludmila gosta de ir à praia praticar o que ela chama de sua terapia
diária. “Sou apaixonada pelo surfe, é minha terapia. Corro na areia, ando de
skate. Gosto de ver o pôr do sol e meditar. Não sou uma pessoa urbana. Gosto de
estar no meio da natureza, isso me da energia”, conta.
O tempo que passou na cidade, ela conta que
aprendeu a fazer coisas sozinhas e a se curtir. “Los Angeles é uma cidade muito
grande e as pessoas são muito isoladas. Se você não acha esse conforto dentro
de si, acaba pirando ou vai embora. Às vezes, estou com meus amigos, mas gosto
de me recolher com meus pensamentos, minhas atividades. Me tornei muito
introspectiva desde que vim pra cá”.
Além de atuar, a carioca está se aventurando
em escrever roteiros e se diz feliz com a nova experiência. “Gracas a Deus, me
mantenho trabalhando na minha carreira no que gosto, mas isso levou tempo!
Sempre fui corajosa e determinada. Hoje eu olho pra traz e vejo o que enfrentei
e o que construí, e tenho orgulho de mim. Não se constrói nada na vida sem
esforço. O que me mais me orgulho na verdade é da pessoa que me tornei. Hoje
vejo a vida com outros olhos, por isso agradeço a Deus por não ter sido nada
fácil. As dificuldades me ajudaram a me tornar uma pessoa melhor".
Jornal Extra
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