segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ricardo Linhares diz que o público está mais conservador


Gilberto Braga e Ricardo Linhares fizeram uma experiência interessante em “Insensato Coração” (2011), em particular na primeira metade da novela. Em ritmo que lembrou seriados americanos, muitos personagens entraram e saíram da trama rapidamente em participações especiais que duraram poucos capítulos.

Em entrevista ao roteirista Vitor de Oliveira, colaborador da novela “O Astro” e autor do blog Eu prefiro Melão, Linhares conta que a experiência provocou alguma polêmica. “Houve quem visse uma novidade, houve quem reclamasse que esse formato não dava tempo de gerar empatia com os personagens novos”. E acrescenta:

O nosso público está cada vez mais conservador e imediatista, quer a trama mastigadinha para entender. Uma novela ousada, inteligente e sensacional como “O Casarão”, do Lauro César Muniz, que se passava em três épocas simultâneas, jamais poderia ser feita hoje. O espectador ficaria confuso.

Acho que Linhares levanta uma grande questão aqui, o da coragem de ousar em novelas, mas não concordo com o seu diagnóstico. Não acho que o público esteja mais conservador.

Como o próprio autor reconhece em outro trecho da entrevista, o espectador hoje tem mais condições de questionar as novelas porque dispõe de muito mais fontes de informação. Pelo mesmo motivo, também está muito mais apto a fazer comparações. Está mais esperto.

Em outras palavras, acho que quanto maior a oferta, maior a exigência. Em todo caso, a discussão levantada por Linhares é boa e merece ir adiante.

Em tempo: Linhares assinará, em 2013, no horário das 23h, a nova versão de “Saramandaia”, escrita por Dias Gomes e exibida originalmente em 1976.

Fonte: Maurício Stycer

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