Chiquinha Gonzaga (Rede Globo, 1999)
Há décadas, canais de TV nacionais produzem e
veiculam diversas minisséries que variam bastante de temática, orçamento,
tamanho e qualidade. Quase todos nós assistimos a pelo menos uma delas, e
muitas são lembradas pelos telespectadores anos após sua conclusão.
Dos canais abertos mais tradicionais como
Globo, Record e Bandeirantes, até os canais por assinatura mais arrojados como
a HBO Brasil (Mandrake) e a FOX (9mm: São Paulo), estas minisséries nacionais
existem em quantidade abundante. Daí, destacar as melhores é um desafio
ingrato, uma vez que com toda certeza várias obras de grande qualidade não
serão citadas. Abaixo, apenas algumas delas:
Grande
Sertão: Veredas (Rede Globo, 1985)
Adaptação da famosa obra homônima de
Guimarães Rosa era tida como inadaptável até então - o livro já é algo bastante
complicado de ler, extenso, denso e sem capítulos - mas a minissérie foi muito
bem produzida e bem recebida pelo público, atingindo grandes picos de
audiência. Como o livro, conta a a história de Riobaldo e suas andanças como
jagunço no início do século XX pelo sertão de Minas, Goiás e sul da Bahia,
quando tropas federais lutavam contra forças provincianas de jagunços.
Aventura, vingança, amizade e amor são as temáticas principais, com um dos
personagens mais emblemáticos da literatura nacional: Diadorim, interpretado
magistralmente por Bruna Lombardi. Ela foi tão elogiada por seu trabalho que
ganhou como prêmio o papel de protagonista na minissérie, " Memórias de um
Gigolô" com o saudoso Lauro Corona. Tony Ramos e Tarcísio Meira também
estavam em um dos melhores momentos de suas carreiras. Além disso, as locações
usadas eram maravilhosas, mostrando as belezas do sertão brasileiro.
O
Guarani (Rede Manchete, 1991)
Adaptação do clássico de José de Alencar, foi
uma super produção da extinta TV Manchete que na época conquistou expressivos
índices de audiência e deu a Angélica seu primeiro papel como protagonista.
Conta a história de colonizadores portugueses e mercenários gananciosos em
busca de prata e demais riquezas no início do séc. XVII no interior do Rio de
Janeiro - próximo ao rio Paquequer - e o conflito entre eles, além do conflito
do homem branco com os índios Aimorés da região, iniciados pelo assassinato de
uma índia. Personagens marcantes da trama são Cecília (ou Cecí) e seu protetor
e interesse amoroso, o índio Péri. A minissérie foi uma das primeiras obras da
TV a ter índios reais atuando, o que, em conjunto com filmagens em locações de
florestas reais, contribuiu para dar à obra o visual que apresentou.
Rei
Davi (Rede Record, 2012)
Minissérie bíblica que conta a história do
rei Davi, sua ascensão, lutas, pecados, arrependimentos e reabilitação junto a
Deus. Foi uma super produção repleta de efeitos especiais, rodada no Brasil,
Chile e Canadá. Grande sucesso, obteve a liderança dos índices de audiência por
diversas vezes. Os atores fizeram muitas oficinas preparatórias, aprendendo
hebraico e táticas de guerra para encenar as inúmeras cenas de batalha. Fiel às
escrituras e com uma ambientação bastante convincente nos figurinos e cultura
judaica da época, teve uma edição moderna e vibrante.
Som e
Fúria (Rede Globo, 2009)
Com direção geral de Fernando Meirelles , Som
e Fúria foi baseada em uma série canadense ( Slings and Arrows ), tenho ganho o
prêmio da APCA 2009 nas categorias de melhor ator e melhor minissérie. Conta a
história de uma companhia teatral em dificuldades financeiras que se esforça
para montar a apresentação de uma peça de Shakespeare . Esta companhia é
liderada por uma ator que, no auge de sua carreira, anos antes, sofreu um
colapso nervoso durante uma grande apresentação, mas que agora tenta se
reerguer. Mostrando os bastidores do teatro, as dificuldades financeiras,
desinteresse do público e as reflexões e conflitos internos dos atores diante
da vida e da oportunidade de interpretar uma das peças do maior autor teatral
da história, além da politica cultural deficiente e outros meandros do ramo, a
série ainda conta com uma produção impecável, cheia de atores exercendo
atuações impecáveis e emocionantes.
Capitães
da Areia (Rede Bandeirantes, 1989)
Inspirado no controverso romance de Jorge
Amado, a minissérie adaptava a trama para a época contemporânea. Assim como no
livro, a história se passava nas ruas e praias de Salvador, mostrando a vida de
meninos de rua que eram conhecidos como "Capitães da Areia".
Praticando roubos e crimes variados, eram procurados pela polícia. Ao mesmo
tempo em que eram bandidos temidos, também eram apenas crianças e demonstravam
as fantasias e dramas típicos da idade e da situação social em que estavam. Foi
uma obra que fez os telespectadores repensarem a problemática envolvendo
crianças de rua. Funcionou ainda como vitrine para alguns atores mirins que
ganharam destaque anos depois, principalmente André Gonçalves.
Um só
Coração (Rede Globo, 2004)
Esta minissérie foi produzida em homenagem
aos 450 anos da cidade de São Paulo, e contava uma história que misturava
personagens reais e fictícios, falando basicamente do desenvolvimento da cidade
no início do séc. XX e do relacionamentos entre personagens históricos
importantes do ponto de vista político, cultural e econômico, como Yolanda
Penteado e Francisco Matarazzo Sobrinho, pessoas que anos mais tarde
contribuiriam ativamente no âmbito cultural estando diretamente envolvidos na
criação do MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e da Bienal Internacional
de Arte de São Paulo . Além de mostrar o conflito de classes da época, foi uma
boa oportunidade para conhecer um pouco mais toda a agitação cultural e
política da década de 1920 e dos movimentos que culminaram com a Semana de Arte
Moderna de 1922, de onde despontaram artistas importantes como Mário de Andrade
, Anita Malfatti , Tarsila do Amaral , Oswald de Andrade e tantos outros.
Fonte: Yahoo
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