terça-feira, 12 de março de 2013

Com capítulo conservador, “Flor do Caribe” disse a que veio


Walther Negrão é um novelista experiente. Há trinta anos – pelo menos – ele escreve novelas para o horário das seis da Globo. Conhece seu público e sabe quais chaves ligar para que uma história dê certo ou não. Não que tenha acertado sempre. Mas todo o seu arsenal de tramas e personagens que já conhecemos parece que estão reservados para “Flor do Caribe”, a estreia desta segunda-feira, 11/03.

As primeiras referências são de ambientação. “Flor do Caribe” remete às ensolaradas “Tropicaliente” (1994) e “Como Uma Onda” (2004-2005). O vilão que deseja a mulher do próximo esteve presente em toda a obra de Negrão. Mais particularmente, Alberto Albuquerque de “Flor do Caribe” (Igor Rickili) lembra Victor Velasquez de “Tropicaliente” (Selton Mello): o playboy mimado, com problemas psicológicos, que tem uma paixão doentia pela caiçara brejeira – Açucena (Carolina Dieckmann) em “Tropicaliente”, Ester (Grazi Massafera) em “Flor do Caribe”.

Essa estreia deve fechar com uma média de 18 pontos em São Paulo – que foi a média geral da trama anterior, “Lado a Lado“, um número considerado baixo. O primeiro capítulo foi absolutamente conservador, condizente com o que espera o público do horário das seis, que Negrão conhece tão bem. Redondinho, bem costurado, centrou-se na trama romântica principal, apresentando um casal bonito e feliz (Ester/Grazi Massafera e Cassiano/Henri Castelli), que não imagina que o perigo está ao lado, no falso amigo (Alberto/Igor Rickili), que já revelou sua vocação para a maldade.

O gancho final foi o melhor e dá a tônica da novela: Alberto fará qualquer coisa para impedir a felicidade do casal protagonista. “Flor do Caribe” já disse a que veio. Já conhecemos essa história. A embalagem é que é diferente. Como não poderia deixar de ser, a fotografia “cinematográfica” valoriza ainda mais as belezas naturais do Rio Grande Norte explorado na novela. Uma embalagem que diferencia “Flor do Caribe” das outras obras de Negrão. A história é mais do mesmo? Talvez não. É aguardar para ver.

Fonte: Nilson Xavier, do UOL

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