quarta-feira, 10 de abril de 2013

Autor promete nova virada em “Flor do Caribe


Depois de 25 capítulos, finalmente, nesta terça-feira “Flor do Caribe”, a novela das 18h da Globo, vai exibir o aguardado acertos de contas do mocinho, Cassiano (Henri Castelli), com o grande vilão, Alberto (Igor Rickli), que ele considerava seu melhor amigo, mas o traiu (foto acima).

O mais recente trabalho do veterano Walter Negrão chega a este momento em boa situação no Ibope. Já superou os números decepcionantes da ótima trama que a antecedeu, “Lado a Lado”, e mostra curva ascendente.

Satisfeito com o resultado até agora, Negrão (na foto com Grazi Massafera) conta, em entrevista ao blog, que prevê uma nova virada na trama no capítulo 60, mas não adianta detalhes. Aos que o criticam por ter usado o mesmo entrecho de “O Conde de Monte Cristo”, ele responde que a obra de Alexandre Dumas é um clássico já usado “infinitas vezes” em outras histórias.

Negrão elogia João Emanuel Carneiro, autor de “Avenida Brasil”, e diz que ele deu “uma verdadeira aula de como fazer isso que chamo de surpreender”. E explica, ainda, por que colocou o tema do holocausto e do nazismo em “Flor do Caribe”. Veja abaixo as respostas, enviadas por e-mail:

É possível considerar esses primeiros 25 capítulos como uma “introdução”? “Flor do Caribe” começa hoje?
Walter Negrão: A sinopse foi pensada como um todo, mas com vários pontos de “virada” para manter o interesse do publico. Essa é apenas a primeira delas. Outras virão e a próxima já está prevista para o capítulo 60. Não diria que é um recomeço e sim uma forma de surpreender. Afinal, o espetáculo é tanto melhor quanto mais surpreendente. E quando surpreende o próprio autor na hora da criação é melhor ainda.

O que vem por aí? Como manter o clima de expectativa e tensão agora que o mocinho e o vilão vão se reencontrar?
Agora mocinho e vilão vão jogar um jogo aberto, sem máscaras. O vilão com novas armadilhas e o mocinho rebolando pra se safar delas.

Como foi a resposta do público a este início de novela? Já provocou alguma alteração nos planos iniciais?
O inicio está correspondendo à expectativa. As alterações sempre acontecem (afinal é obra aberta), porém não se mexe na estrutura dramática das diversas tramas. Acentua-se, grifa-se um segmento ou outro de cada história quando o publico demonstra maior interesse por este ou aquele núcleo.

Antes de começar, você reconheceu a influência de “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas, na elaboração da trama. Muita gente tem comentado essa influência. O que você tem a dizer a quem rebaixa “Flor do Caribe” por não ser original neste aspecto?
A obra do Dumas é um folhetim que mora na cabeça de todo escrevinhador de novelas. Infinitas vezes orientou os entrechos. Não pensei a principio “vou adaptar o Conde”. Mas percebi a semelhança logo no inicio do trabalho e deduzi: se está parecendo com a obra do mestre estou no caminho certo.

Sei que é uma obrigação de qualquer novela ter um bom ritmo e muitos ganchos entre os capítulos. Mas você diria que o teu cuidado com estes aspectos aumentou depois de “Avenida Brasil”?
Olha, em “Avenida Brasil” o João Emanuel (Carneiro) e sua equipe deram uma verdadeira aula de como fazer isso que chamo de surpreender. Não importa se o João é novo no metier, o que importa é que tem muito talento, está conseguindo passar isso aos de sua equipe e – por que não? – aos autores mais velhos, com anos e anos de estrada.

O que te levou a tratar do tema do holocausto e criar estes dois personagens antagônicos, Dionísio (Sérgio Mamberti), simpatizante do nazismo, e Samuel (Juca de Oliveira), um judeu sobrevivente, em 2013?
Primeiro, porque sou fascinado pelo tema desde que – muito jovem – fui assistente do Antunes Filho numa montagem de “O Diário de Anne Frank”. Depois, porque é um assunto muito sério que continua atingindo, 70 anos depois, todas as camadas da audiência. Ou seja: assim como Alexandre Dumas, a Segunda Guerra Mundial é um clássico, só que – infelizmente – da vida real.

Fonte: UOL

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