segunda-feira, 27 de maio de 2013

"Dona Xepa" pode ser o passo que faltava na Record


Quando a Record resolveu investir pra valer em teledramaturgia, percebeu que um bom – e talvez o único – caminho era tentar fazer folhetins com a mesma qualidade da TV Globo. Então, investiram o mesmo ou muitas vezes até mais que sua concorrente. Chegaram no ringue pra valer, pra lutar e ganhar a briga.

Funcionários de todas as áreas foram contratados. A emissora até conseguiu exibir produtos de qualidade e o público, claro, correspondeu – o último capítulo de “Vidas Opostas” chegou a 29 pontos de audiência, índices parecidos com os de uma novela das 19h da Globo.

Mas o tempo passou e, talvez por causa da prepotência em excesso de seus executivos, a emissora acumulou equívocos consecutivos em suas tramas: produções com mais de 250 capítulos, continuações de “sagas”, salários exorbitantes para atores medianos, histórias que deixaram de atrair o público, como “Ribeirão do Tempo”, por exemplo, e diversos outros, que precisariam de um livro para serem totalmente citados.

Numa medida emergencial, surgiu a ideia de produzir “Dona Xepa”, sem grande investimento, com autor novo, elenco enxuto, história simples, com somente 90 capítulos, mas com o mesmo potencial de uma mega produção como “Máscaras” ou “Balacobaco”.

E o folhetim de Gustavo Reiz estreou dentro dessa atmosfera nesta terça-feira (21). De cara, deu para perceber que não é um produto com grandes perspectivas. Não que isso signifique que não possa dar certo ou que não tenha qualidade. Pelo contrário. O primeiro capítulo mostrou que “Dona Xepa” pode servir como um belo trampolim para que a Record volte a ter altos índices no Ibope com suas novelas.

Xepa (Ângela Leal), Matilde (Bia Montez) e Dorivaldo (Bemvindo Sequeira) prometem tirar boas risadas do público enquanto estiverem na feira. As histórias de Xepa e seus filhos, o bom rapaz Édison (Arthur Aguiar) e a vilã Rosália (Thais Fersoza), tem a missão de envolver o público principalmente por conta do amor incondicional que a feirante mostrará ter para com eles.

O núcleo de Isabela (Gabriela Durlo) e Vitor Hugo (Marcio Kieling) também se mostrou interessante nesse primeiro momento – o telespectador gosta desse tipo de romance.

Mas o que chamou atenção mesmo foi o texto simples, mas consistente, do estreante em novelas Gustavo Reiz, diferente da grande maioria das tramas da Record, onde imperam os clichês e a falta de verossimilhança dos diálogos – e isso, acredite, tem o poder de afastar o público.

Então, fica aqui o elogio para a bem feita “Dona Xepa”. A nova produção é certamente o passo pra trás que a emissora precisa para dar o impulso e voltar ao patamar de 15 pontos de audiência com suas novelas.

Carlos Lombardi, que virá a seguir com “Pecado Mortal”, que terá ares de superprodução, lembrando as novelas que fizeram sucesso na Record, será certamente o impulso que o canal precisa.

Mas o passo pra trás é importante.

Fonte: Na Telinha

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