sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Ney Latorraca dá show em volta à TV


A Globo foi muito feliz na escolha de seu especial de fim de ano exibido nesta quarta (18/12). Não apenas pelo texto, "Alexandre e Outros Heróis", mas pela escalação do elenco, com Ney Latorraca à frente.

Um ano depois de receber alta de uma longa internação para superar uma infecção generalizada grave - que teve após dar entrada no hospital para uma cirurgia de vesícula -, o ator arrasou na pele de um típico Dom Quixote brasileiro. Ney, que passou a maior parte do tempo inconsciente e acreditava que não sairia dessa, não só deu a volta por cima como provou que estava fazendo falta.

Nesse retorno à TV, o protagonista de sucessos como "Rabo de Saia" (1984) e "Um Sonho a Mais" (1985) foi beneficiado por um jogo cênico de primeira. O universo do diretor Luiz Fernando Carvalho saltava na tela, por meio da fotografia, da iluminação e das paisagens, mas o elenco "bateu um bolão". Todos pareciam brincar em cena.

Luci Pereira, a empregada com voz estridente de dona Helô (Giovanna Antonelli), em "Salve Jorge", teve desempenho marcante como Cesária, mulher de Alexandre. Flávio Bauraqui se esmerou na composição do cego Firmino, muito convincente (assim como o "olho torto" de Ney). Marcelo Serrado (Libório) e Marcélia Cartaxo (Das Dores), também nos brindaram com interpretações inspiradas, assim como Flávio Rocha (Gaudêncio).

Sem contar que esse clima de fantasia e regionalidade estava fazendo falta em nossa dramaturgia de TV. Até deu saudade do realismo fantástico das novelas de Dias Gomes (1922-1999) - como "O Bem Amado" (1973), "Saramandaia" (1976) e "Roque Santeiro" (1985/86) - e de quando Aguinaldo Silva apostava no gênero, em produções como "Tieta" (1989) e "Pedra Sobre Pedra" (1992). Além de minisséries na mesma linha, claro, como "O Auto da Compadecida" (1999).

Gravado do no sertão alagoano, "Alexandre e Outros Heróis" foi uma homenagem aos 60 anos de morte de escritor Graciliano Ramos. A adaptação de dois contos do escritor - "O olho torto de Alexandre" e "A morte de Alexandre" - coube a Luís Alberto de Abreu, premiado autor de teatro, adepto aos épicos regionais.

Típico mentiroso do sertão, o velho Alexandre se exalta quando duvidam que ele ficou com o olho torto ao domar uma onça quando menino. Essa história cheia de encantamento e folclore brasileiro, lúdica e cômica, veio fechar o ano em grande estilo. E com um elenco que tomou conta. Deu gosto de ver!

Fonte: Yahoo

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